O deputado Pedro Filipe Soares, eleito por Aveiro, denunciou ontem o “aumento brutal” das comissões praticadas pelos bancos sobre os clientes, em especial os que têm “saldos médios inferiores”.
“Desde a entrada da ‘troika’, os bancos aumentaram as comissões sobre os serviços básicos - requisição de cheques, transferências ou manutenção de conta à ordem - em 10 por cento. Em termos médios, o valor anual de manutenção de uma conta bancária atinge os 140 euros, o que é uma exorbitância”, alertou o parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) numa conferência de imprensa realizada diante do balcão de Aveiro do Banco Santander.
“Num cenário de austeridade, em que a larga maioria da população enfrenta graves dificuldades para suportar o peso do aumento dos impostos, do preço da energia e dos combustíveis, a redução dos salários e, em muitos casos, o desemprego, este caso representa um abuso por parte dos bancos”, acrescentou, sustentando que a banca esteve na “raiz da crise” e garantiu acesso a 12 mil milhões de euros para a sua recapitalização.
“É inadmissível que seja permitido a estas instituições transferirem para os clientes maiores encargos de forma a manter níveis de lucro”, afirmou Pedro Filipe Soares, endossando responsabilidades ao Governo e ao Banco de Portugal.
Ontem, o BE dirigiu um requerimento ao Ministério das Finanças e da Administração Pública questionando “como irá o Governo proceder de modo a garantir que os bancos a operar em Portugal não continuem a sobrecarregar os seus clientes com aumentos incomportáveis das comissões bancárias”.